• BR Motels
  • Livro | 2016

     

     

     

     

     

     

  • Imagens da exposicao do trabalho na ABRE ALAS 2017, na Galeria A Gentil Carioca, no Rio de Janeiro em jan/17:

  • Imagens da exposicao do trabalho na ABRE ALAS 2017, na Galeria A Gentil Carioca, no Rio de Janeiro em jan/17:

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    BR MOTELS foi realizado dentro da Residência da Feira Plana 2015. O livro é resultado de uma viagem percorrida por rodovias entre os estados de São Paulo e Minas Gerais com o objetivo de visitar os motéis encontrados ao longo do trajeto.

    Essas suítes, construídas e decoradas a partir de formulações características à arquitetura comercial popular brasileira, e usualmente oferecidas como ponto de fugo ou espaço transitório, tornam-se aqui lugar de destino final e objeto de pesquisa social e visual.

    /ENG/
    BR MOTEL was created for the 2015 Feira Plana residency, in São Paulo, Brasil. The book is the product of a road trip through the states of São Paulo and Minas Gerais with the objective of documenting motels along the way. These escapist environments, transitory spaces built and designed from patterns characteristic to popular and commercial Brazilian architecture, became both destinations and objects of social and visual research.

     

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    16x23cm
    80 pgs
    Papel Miolo: Munken Lynx 120gr
    Capa Soft-Touch
    Tiragem de 500

    CONCEPÇÃO, FOTOGRAFIA, PROJETO GRÁFICO:
    Alexandre Furcolin Filho e Jazzie Moyssiadis
    EDIÇÃO:
    Alexandre Furcolin Filho, Jazzie Moyssiadis e Walter Costa
    FINALIZAÇÃO:
    Renata Helm
    IMPRESSÃO: IPSIS Gráfica e Editora
    ISBN: 978-85-920502-0-7

    Sao Paulo, 2016

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    ***Texto critico por DAIGO OLIVA para o Entretempos da Folha de SP (link) em 30/06/2016

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    TITULO Fotolivro ‘BR Motels’ foge do óbvio ao mostrar que é possível falar de sexo sem apelar para o corpo

     

    ‘BR Motels’, de Alexandre Furcolin Filho e Jazzie Moyssiadis – Fotografar já não parece mais a função primordial de um fotógrafo que quer compreender seus próprios trabalhos. Separar grupos de imagens, entender como elas se relacionam entre si e de que maneira podem criar uma narrativa sempre foram chaves para conceber fotolivros, mas a percepção de que editar é tão ou mais importante do que o próprio ato fotográfico parece mais latente nos últimos anos. “BR Motels”, de Alexandre Furcolin Filho, 28, e Jazzie Moyssiadis, 25, é um bom exemplo do quanto uma edição bem feita potencializa a força de uma série de fotos. Colocar duas imagens lado a lado é criar uma nova imagem, e, como há dezenas de maneiras de fazer isso, por vezes o processo se torna um labirinto infinito. Assim, no caso deste fruto do programa de residência da Feira Plana em 2015, dizer que os registros de “BR Motels” deixam rastros das cores norte-americanas e do flash estourado que logo remete à ironia de Martin Parr é muito pouco. Se as influências parecem todas estrangeiras, a obra entrega aquilo que está em seu título: motéis brasileiros –e todos os seus exageros e cores berrantes. Durante uma viagem de cerca de 2.000 km entre os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, a dupla se hospedou somente em motéis de beira de estrada.



    Desse percurso saíram piscinas, camas, garagens e plantas. Também brotaram caminhões, copos e esponjas. Ou melhor: a combinação da foto de um barbeador e da imagem de um controle remoto sugere uma brochada, a junção do registro de um lençol rosa e da fotografia de um interruptor insinua uma vagina, ou um simples cinto de segurança vira o sexo na hora da consumação. É interessante como Alexandre e Jazzie conseguem falar de sexo sem quase mostrar pele. A paleta dos quartos e dos drive-in, seja por similaridade ou a partir do contraste, vão guiando o trajeto das imagens, que também se encontram em formas parecidas. Essa sequência, montada pela dupla com a ajuda do italiano Walter Costa, é o que faz de “BR Motels” uma obra pouco óbvia. E, se os artistas não caíram na tentação de exibir corpos, tampouco apelaram para o uso de um papel mais brilhante, que apontaria para o exagero e, nesse caso, para a ideia de devassidão que uma jornada por motéis pode gerar. O papel mais fosco fecha a edição muito inteligente de “BR Motels”.