É o homem, enquanto artista, diante de fenômenos naturais, emanação de luz, vento, texturas, caminhos e não caminhos, altitude, mergulho, imersão, emersão. Parece construir um sistema, uma triangulação entre a natureza, ele mesmo e as formas de medição/ averiguação e registros daquilo que presencia.
A composição desses registros passa pela percepção corpórea inspirada pela força da matéria e seus desa os; a vontade produzida nesse encontro gera algo que se manifesta pelo fazer manual, retirando da cena, pelo menos em parte, a autoria reservada ao Eu. Trata-se da natureza e sua verdade antes de tudo.
Ao registrar com sua câmera os acontecimentos em longa exposição, Furcolin discute a desaceleração, buscando na natureza elementos de reordenação do tempo/espaço, imprimindo em suas fotogra as, desenhos e pinturas, novos parâmetros advindos da matéria in natura.
O artista é generoso consigo ao transitar em linguagens diferentes para compreender e ordenar esse universo. A vontade incisiva apresenta-se como parte da natureza.